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Hera - Arquétipo do poder






Hera é a deusa grega que rege o terceiro chakra - O plexo solar.


A literatura grega como a esposa legítima de Zeus, a Rainha dos Deuses, que governava o Monte Olimpo ao lado de seu marido.


Infelizmente, com a invasão de tribos patriarcais à região em que Hera governava como a Grande Mãe da era matrilinear, com o intuito de satirizar mulheres poderosas e exterminar o poder matriarcal, Hera ficou conhecida como ciumenta e intrometida, dada as contendas conjugais. Essa imagem não é real.

Como pai de deuses e humanos, Zeus levava a sério esse papel e traía a esposa com quem usava saia e, diga-se de passagem, que naquela época todos usavam.

A grande disputa dessa Deusa com o marido era pelo Poder.


Para melhor entendermos esse relacionamento, precisamos ir além da teologia e analisar a forma de sociedade que também é a nossa, a família patriarcal.

Zeus é o pai e o chefe; apesar de Hera e ele viverem em constante e indecoroso conflito, não resta dúvida quanto à sua derradeira supremacia.

Hera sentia ciúmes, Zeus vivia exasperado, mas nem por isso era menos dominante no final. É um quadro intensamente moderno, até mesmo no que tange ao bando heterogêneo de filhos e filhas já crescidos vivendo ociosamente em casa e brigando sem parar. A família vem até nós como a última e vã esperança de coletivismo. Zeus é a projeção da paternidade dos nórdicos, sua paternidade veio do norte junto com as tribos, cujo sistema social era patrilinear. Hera era nativa de Argos, onde o sistema era matrilinear; ela reinava sozinha em Argos, em Samos, e seu templo no Olimpo era distinto do de Zeus e anterior a este. Seu primeiro marido, ou melhor, consorte, foi Heraclês. Os nórdicos conquistadores passam de Dodona para a Tessália. Zeus abandona a sua verdadeira esposa-sombra, Dione, em Dodona, ao passar da Tessália para Olímpia, e, em Olímpia, à maneira de um chefe conquistador, casa-se com Hera, uma filha do lugar. No Olimpo, Hera parece ser apenas uma esposa ciumenta e briguenta. Na realidade, porém, ela reflete a turbulenta princesa nativa, coagida mas nunca realmente subjugada, por um conquistador estrangeiro.

Assim, talvez não seja por acidente que, simbolicamente, o único filho nascido de Zeus e Hera tenha sido Ares, o deus da guerra. Zeus e Hera estão constantemente em guerra no Olimpo. A guerra desempenha um papel importantíssimo na vida cotidiana e na consciência dos gregos. De modo que não é inteiramente surpreendente que, apesar de toda a louvação aos heróis guerreiros feita por Homero em seus épico Ilíada, a guerra teve ao longo dos séculos sombrias consequências sociais para os gregos no que tange à vida familiar. O espancamento de mulheres, o alcoolismo, a prostituição, o concubinato com prisioneiras de guerra e a homossexualidade podem ser diretamente atribuidos à incapacidade de a casta guerreira integrar-se plenamente à vida civil. Problemas notavelmente parecidos existem nos Estados Unidos hoje. Milhares de famílias de veteranos da Guerra do Vietnã e da Guerra ao Terror ainda sofrem os violentos e destrutivos efeitos da guerra. Acrescenta-se a isso os efeitos do álcool percorrendo toda a nossa cultura, provocando violência familiar. A violência implícita de culturas imperialistas como a nossa penetra na consciência masculina cotidiana e está por trás do elevadíssimo índice de casamentos desastrosos e divórcios, e também, de feminicídios, cada vez mais comum.

Zeus permanece conosco como o arquétipo espancador de mulheres, assim como Hera em seu desditoso papel da esposa arquetipicamente espancada.



A mulher do arquétipo de Hera sempre vai se destacar na multidão, ela exala confiança em si mesma, tem perfeito domínio de si própria e, quase sempre, dos demais. A consciência desse arquétipo é mais percebida em mulheres mais velhas, nas quais o pleno impacto de sua autoridade e dignidade naturais pode ser sentido. É aquela que parece nascida para mandar, não importando qual seja a sua classe social. Tem um certo ar de arrogância, emana autoconfiança - “ e tem de ser obedecida”.


A mulher Hera floresce no companheirismo do matrimônio, e busca duas coisas do marido: parceria e igualdade.

Não nasceu para ficar à sombra dele, mas ao lado. E, quando isso não acontece, começam os problemas. Sentindo-se rejeitada e frustrada pelo marido, esse arquétipo se voltará para a família, procurando ter poder absoluto.


Todavia para infelicidade de todos, Hera tende a sentir-se profundamente infeliz quando transforma o cenário familiar no único pólo de suas ambições e, por isso muitos casamentos naufragam e mais famílias são oprimidas por Heras insatisfeitas ou machucadas do que por qualquer outra deusa. E mais mães alcoólatras, violentas e psicóticas são encontradas entre essas mulheres-Hera profundamente frustradas.


Nos dias atuais, quando encontramos Hera, na superfície parece ter um bom casamento, filhos crescidos dos quais se orgulha, mas carrega todo o peso de uma tradição familiar por trás.

Ela sempre se mostrará bem vestida, conservadora, uma pessoa de status que imediatamente granjeia o nosso respeito. No mundo moderno ela personifica a esposa do “grande homem”.


Quando detém o poder, Hera é uma oponente formidável em qualquer debate ou choque de vontades, seja na família ou na esfera política. Por seu autoritarismo e suas máximas imperiosas e arrogantes, fácil de ser lembrada.


Em organizações ou instituições, Hera pode ser implacável quanto qualquer cacique ou mandachuva.

Com ou sem um parceiro poderoso, a Hera moderna é invariavelmente a matriarca, a abelha-rainha.

Muitas vezes será a figura dominante de uma grande família, sendo respeitada ou odiada, temida ou despercebida, é sempre uma força a ser considerada. Ela adora todos os encontros familiares, onde pode ser rodeada e adorada por filhos e netos. O amor deles é geralmente secundário, o importante é que eles tenham respeito e a reverenciem como o centro das questões familiares.


No que se refere à filhos, esse arquétipo simplesmente não é capaz de deleitar-se tranquilamente com seus bebês ou com o crescimento dos filhos à maneira de uma mulher Deméter, por exemplo. A forma de maternidade de Hera pode ser bastante ríspida e, se recebeu pouca ou nenhuma dose de Deméter ou Afrodite de sua mãe, ela educara os filhos a se sentirem oprimidos e criticados, como se de algum modo jamais conseguissem ser suficientemente bons. Quando uma mulher é mãe exclusivamente através do arquétipo de Hera, sem o apoio da energia das outras deusas, é problema na certa.


Se existe algum tema que caracteriza fortemente a geração de mulheres que têm hoje entre trinta e cinquenta anos, é a profunda alienação que sentem em relação às suas mães. Muitas dessas mulheres criaram seus estilos de vida à maneira de Atena e de Ártemis como consequência do movimento de liberação feminina dos anos 60. Quase todas são filhas de mães que são qualificadas como Heras frustradas.


A regência de Hera no terceiro chakra é sobre poder, quem consegue ativar o terceiro chakra e subir para o terceiro nível da pirâmide estão preparados para conquistar um algum tipo de poder pessoal. Aqui se encontra a elite da sociedade, os megas empresários, os banqueiros, os políticos, os milionários e bilionários que fazem parte das mais poderosas corporações empresariais do mundo.


O apego ao poder estimula a cobiça e a ganância, e faz com que temam perder controle sobre suas posses, sobre as pessoas e a sua influência política e financeira.


Devemos nos lembrar que não podemos nos tornar íntegros e completos se não pudermos vivenciar os aspectos masculinos e femininos dentro de nós mesmos.

Esse é o ensinamento maior da Deusa Hera. Que a mulher volte a ter posse plena do seu poder pessoal e sua dignidade. Deixar de ser vista como objeto sexual, infantilizada ou tornada clone de fantasias masculinas, mas viver em sua completa inteireza.


“ A grande dor de Hera - não ter poder em seu casamento.”






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